sábado, 18 de setembro de 2010

Clichês

Todas as mulheres, nos filmes, nas séries e até na vida têm que fazer uma escolha para que o final feliz aconteça: tem que escolher entre o homem que amam e sua carreira, ou grande sonho. Todas escolhem O homem que amam. Mas a felicidade depende da companhia de um amor para existir?
Quando nos deparamos com esta escolha, devemos escolher ter uma família feliz, uma casinha azul cercada por um campo gramado e cerquinhas brancas?
Essa é a escolha certa?
É isso que terei que escolher caso um dia o destino me leve a uma divisão na estrada? Tenho que priorizar o relacionamento amoroso, só por que sou mulher e finais felizes nos filmes sempre são em número par?
Tudo bem que os filmes pegam pessoas que já estão com seus quase 30 anos, o que pra mim já passou da idade de casar e ter filhos, ao menos pra mulher. Só que eles criam uma idealização de como deve ser o romance, de como deve ser a vida amorosa de uma pessoa e qualquer um que resolva sonhar diferente é vista como ET.
Eu sempre sonhei igual. Mas eu fui pro outro extremo da corda. Comecei a me colocar acima de qualquer romance. Apesar de sonhar com o beijo cinematográfico na chuva, quando eu acordava expulsava toda possibilidade saudável de um grande amor pela janela, sutilmente. Às oportunidades problemáticas, não deixava passar, pois assim eu poderia dizer que não era culpa minha, o destino é que me sabotava.
Afinal, eu sou romântica, sou fria, sou uma fria que posa de romântica ou sou uma romântica que posa de fria? E se poso de alguma coisa, por que eu poso?
A paixão não abre mão da razão, só fica mais romântico quando as pessoas fazem isso, por eu nunca abrir mão da minha razão, comecei a pensar me vieram milhares de perguntas à cabeça em relação a essa escolha absurda que TUDO no Universo parece torcer para que nós façamos: escolha o “Happy Ending”. Por que? Por que devemos escolher assim?
Você, garota, de 20 anos. Você de 16. Você de 28... Nós endeusamos os clichês de Hollywood. Nós passamos tanto tempo tentando fingir pras pessoas que somos românticas, não sendo tanto assim ou fingimos não ser românticas, quando na verdade ao invés de independência queremos mesmo é o príncipe no cavalo branco... Nós procuramos cada lançamento até encontrarmos uma história que se pareça com a que desejamos, que esquecemos que nossa história só espera um sorriso pra acontecer. Ou talvez uma ligação. Quem sabe um “eu estava errada”. “Fui racional demais”.
Não se trata mais de se você quer escolher o príncipe ou quer só mandar no castelo, se trata de parar de ter medo, ou angústia de assumir suas escolhas e simplesmente escolher.
Parece tão simples que chega a ser impulsionante.
Mas eu mesma te digo: Não sei. Não sei se quero o clichê ou se quero o extraordinário. Só não quero que seja como eu planejei. Isso! Trace metas, não planos. Por que planos sempre decepcionam. Se acontecem, trazem, junto com a satisfação, uma sensação odiosa de estagnação. Se não acontecem te fazem sentir incapaz. E em momento nenhum você considera que talvez você tenha feito tudo certo. Só não era a hora certa. Ou só não era.
Então que venham os clichês, os sonhos bobos, as paixões, os amores, os sonhos sólidos, os sorvetes, pedidos de namoro a beira mar, a surpresas, os adeus, os momentos dignos de fotos, as perguntas inquietantes, a realidade assassina, as brigas sem motivo, o mal humor matinal, o orgulho pós briga, que venha tudo que sonhei e tudo que não esperava acontecer.
Afinal, viver não tem roteiro.

Um comentário:

  1. Graça e paz filha do eterno! Quero seguir esse blog pela relevância e leveza, não vejo narcisismo por aqui, e isso é muito bom, fica em paz e obrigado pela visita ao blog da igreja ao gosto do freguês, embora não vi sua marca por lá.

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