quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Apenas um pedido de coerência!

Textos Bíblicos sugeridos: João 13:35 Capítulo 23 de Mateus, João 5:39 , 1 João  3:16-18, 1 João 4:8, 1 Pedro 4:8
Somos chamados Cristãos. Isto significa que somos discípulos Daquele que primeiro foi chamado Cristo. No entanto a imagem que temos hoje difere quase completamente do Jesus descrito nos Evangelhos. Talvez por isso tenhamos que nos calar diante da palavra de qualquer um que nos venha ridicularizar por este motivo. Muitos de nós sequer pensamos no absurdo que é sermos chamados de cristão e vivermos apegados a instituições que tanto se diferem de Cristo.

Jesus era judeu. Uma religião bastante dogmática e cheia de leis, no entanto ele conseguiu,
sem tropeçar em nenhum ponto desta lei, ser um revolucionário, amar as pessoas e tratá-las de um modo igualitário que sua religião já havia perdido de vista. Jesus não fugiu do mundo, não criou um linguajar ou um jeito de vestir, ou um clube que o separasse das pessoas. Muito pelo contrário, ele estava COM as pessoas.

E nós, indo num caminho completamente oposto ao Dele, reinterpretamos tudo que ele disse, tudo que a Bíblia diz, do modo que acharmos mais cômodo, lucrativo e confortável. Ao invés de fazermos uma interpretação clara, óbvia, buscamos obscurecer, transcender cada palavra Dele, quando tudo é simples. Colocamos sentidos dogmáticos no que eram memoriais, colocamos regras onde na verdade só há princípios. E indo de encontro às palavras, nos perdemos das pessoas. Caímos nos mesmo erros que o próprio Cristo condenou, quando falava aos fariseus que comiam a receita, ao invés buscar o remédio com ela¹, em João 5:39.

Me pergunto, como, com o passar do tempo, as pessoas que sustentam essa instituição, que deveriam tratá-la para manter as tradições limpas, podem ser as responsáveis por transformá-la em algo tão exclusivista?

Se a base que sustenta nossa religião é a fé, não há motivos válidos para discutirmos nossa maneira de viver a espiritualidade, pois fé é uma questão pessoal. No entanto quando me deparo com as questões práticas que ateus e religiosos de outros seguimentos fazem, me envergonho: Somos hipócritas! Como pregamos um Deus de Amor e promovemos indiferença? Como pregamos um Deus de Justiça e não agimos diante da injustiça? Como nos chamamos de Evangélicos se não levamos boas notícias às pessoas? Pregamos o amor uns aos outros, no entanto só amamos tradições inúteis.

O que faço hoje não é um discurso teológico, ou espiritualista, ou adogmático ou filosófico, é um clamor cristão. Em nenhum momento desejo destruir as tradições de fé do povo, quero apenas que todos passem a refletir sobre elas, rejeitando aquelas que não servem ao propósito cristão principal: AMAR. A questão não se atualizar ou se culturalizar, é ser coerente!

Só nos encontraremos com uma verdadeira espiritualidade, a verdadeira religião Cristã, quando nos concentrarmos no que Jesus fazia. Nas bases do seu agir, do seu falar, do seu jeito de se relacionar com o Divino.

Uma leitura adorável para este momento é Mateus 23. Onde o tipo de pessoa que destrói a verdadeira religião, transformando-a em um punhado de regras ridículas, só para poder manipulá-la melhor é muito bem caracterizado por Jesus, com esses nomes: 'escribas e fariseus, hipócritas’,’condutores cegos’, ‘insensatos e cegos’,’serpentes, raça de víboras’.

Regras são ótimos meios de controle, no entanto o cristianismo puro que Jesus fundou não era para controle, mas para transformação de indivíduos e consequentemente da sociedade. A ação de Jesus, que não só discursava, mas agia, não era baseada em regras mas em princípios de aceitação, perdão, liberação de pesos inúteis, tradições vazias e, principalmente, era baseado no amor. Era por isso que era conhecido como o Ungido, o Escolhido, o Cristo, por que diferentemente das autoridades religiosas da época Ele vivia o amor, acima das regras, não em detrimento dela, apenas acima dela, pois a regra não tem como essência o bem comum, o amor aos outros seres humanos é além de inútil, é maligna. Jesus viveu disso e pôs o amor acima de tradições e opiniões humanas.

Somos chamados de Cristãos, discípulos do Cristo. Entretanto, como somos conhecidos?

“Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiveres amor uns aos outros.” Jo 13:35

¹John Sttot, Bíblia um livro para hoje.

4 comentários:

  1. Lendo isso, me identifico...

    Não consigo me imaginar como eu era à 3 anos atras, Não que eu seja O CARA, mas é duro e díficil pra mim lidar o que "ontem" não era nada demais e seguia sem questionar, mas hoje me sinto nada bem com coisas q pessoas faziam e eu fazia e não faço mais, entende? Vejo que não é isso q é ser como Cristo... E se alertar a pessoa sobre algo errado é logo criticado, falando q vc se acha o dono da verdade e etc...

    É triste, pra mim, ser "secularizado" pelos outros d sua comunidade de fé por algo q deveria ser algo de "nobre", no sentido de ser ouvido por está sendo original aquilo que está vivenciando...

    Parece besteira, mas não é... O evangelho não diz nada de bom sobre o seu ego, ou como a maioria chamam: "EU", discurso como o seu, Tephi, ou as coisas q escrevo no Portal são marginalizados pela grande massa, sem direito de discursão... "NÃO É BEM ASSIM, EU ACHO..." frases como essa, praticamente dizendo, não vale o "seu achismo", eu acho isso e vc acha q é assim, sendo, creio eu no seu caso, oq vc "acha" é não lhe pertence, mas sim pertence a Cristo, q é o Verbo de Deus... ou melhor, a Bíblia...

    O convite para ser uma colaboradora do Portal Heróis da Fé estará sempre aberto pra vc... pense na proposta... XD

    Fique com Deus

    Shalom heroína!!!

    http://portalheroisdafe.vai.la

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  2. Lindo texto baby! Bem lindo e duro de ler por se tratar de nossos erros como instituição. É um problema para nós ver que estamos criando uma visão segregada das pessoas, rotulando-as e divergindo cada vez mais de quem idealizou tudo isso! E por outro lado temos um Deus que mostra sua perfeição e amor deixando estas responsabilidades a seres que claramente não tem a mínima condição emocional para tal!
    Enfim Ótimo texto e ótimo assunto! Parabéns
    Agora ficarei ruminando esta idéia por semanas

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  3. Nossa! Cruzes! Vixe! Que texto mais lindo! Essa é minha menina! Que orgulho! Obrigado, linda, por esta análise tão dura de nossas tantas igrejas. Também quero deixar meus sinceros agradecimentos a quem te aborreceu para que este texto saísse. Está claro que é um texto aborrecido e textos aborecidos são quase sempre especiais. Você é um presente de Deus pra mim e para essa igreja contemporânea que você descreve em seu texto com raiva. Você é lindinha, fofinha, uma gracinha... só tem um problema: você pensa. Vou confessar aqui: estou com inveja, eu queria ter escrito esse texto. É claro que não sairia assim tão lindo, tão sensível e bruto ao mesmo tempo. Estou emocionado, com raiva e sorrindo. Você é maravilhosa, criaturinha. Dá vontade até de levar pra casa. Beijos, bichinha. Parabéns pelo texto.

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  4. Maravilha de texto garota!

    Procurei o seguir no teu blog e não achei..se não já estaria seguindo...

    Bjim

    =)

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