terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Por que?

 Leituras Bíblicas sugeridas: João 9, Romanos 8:28,29.



Há alguns problemas que nos aparecem que fogem completamente do nosso alcance de solução, problemas que são aparentemente eternos, que nada que façamos pode resolver. Pode ser que seja o problema de uma pessoa que amamos que nos afeta diretamente e que foge de nosso esforço, uma tragédia inesperada, ou talvez alguma doença, como o caso daquele homem que nasceu cego, e que com certeza se perguntava, assim como os discípulos estavam questionando o porquê de ser cego de nascença.

Meus pais erraram e eu estou pagando o preço? Eu pequei contra Deus? Não fiz boas escolhas, quem pecou para que eu nascesse com essa incapacidade? Eu aposto que ele se perguntava isso enquanto pedia esmolas... Ou alguém pode passar a vida toda sem se perguntar o porquê de coisas ruins acontecerem a pessoas boas? O que ele teria feito de errado, o que os pais dele teriam feito de errado?

Mas o que esse cego de nascença não esperava era que a história da vida dele fosse fazer parte da história de uma das 3 maiores religiões da humanidade. Ele não esperava ter um encontro com Jesus. E não esperava que aquele encontro resultasse numa resposta para sua pergunta que perdurara por toda sua vida.

Todos nós perguntamos por que não temos força para resolver alguns problemas, ou porque outros problemas nos aparecem mesmo que não tenhamos culpa aparente. Procuramos ansiosamente a quem culpar, por que se ao menos pudermos achar um culpado, poderemos ter a explicação do porque essa coisa ruim aconteceu. Investigamos até termos quase certeza de quem errou para que possamos cobrar dessa pessoa que concerte o erro que afetou nossas vidas. Mas e se não há a quem culpar? Culpamos Deus, que deixou isso acontecer. E perguntamos o porquê. Se não fizemos escolhas erradas, se nos esforçamos para oferecer o melhor de nossas vidas em seu serviço, por que coisas ruins acontecem a pessoas boas?

Diante de Jesus, aquele cego de nascença ouve os discípulos fazerem a pergunta que ele se fez por toda sua vida: Por quê? E neste momento, Jesus nos responde, como respondeu ao cego e aos discípulos:

Para que se manifeste a glória de Deus.

Não é uma resposta esperada, nem óbvia. É algo que jamais imaginaríamos. Coisas ruins acontecem a pessoas que não merecem porque Deus quer manifestar sua Glória. Devemos nos sentir abençoados por passarmos por situações caóticas, por que nosso caráter é moldado no caos. Parece absurdo, eu concordo. Mas é a verdade. Todo o caos gera respostas que nos momentos de sucesso e paz jamais apareceriam. A destruição é muito mais estimuladora de reconstrução que a organização.

Sem romantismo e através de um olhar analítico objetivo: aquele homem passou grande parte de sua vida cego, para que ele se encontrasse com Jesus e todos vissem aquela cura. O que acontece na nossa vida tem um objetivo: crescimento. Irmos além do que iríamos se estivesse tudo ‘normal’. Aquele cego ganhou um milagre e pouco tempo depois do milagre creu que realmente Jesus era o mesmo Deus de que ele havia ouvido pelos profetas. Foi o final da história dele, entrando na história de nossa religião cristã.

O que Deus quer com o caos da sua vida é fazer você ir além das suas forças e fazer coisas maiores do que você teria sido capaz na paz. Ampliação de capacidade, este pode ser o objetivo desse caos. E o fato da sua capacidade crescer quando todos os outros poderiam apenas desistir é dar glória a Deus. Quando você cresce, carregando o nome de um Deus invisível, o nome Dele é glorificado através do seu. Sua vida entra para a história assim como a vida daquele cego.

Cabe a você a escolha de crescer ou parar com o caos. Perceber que o caos te eleva a níveis de maturidade emocional e espiritual que você nunca chegaria se tudo estivesse normal, ou continuar buscando incansavelmente a quem culpar para mandá-lo concertar tudo, já que foi o primeiro a errar, a desistir, a não usar o caos como crescimento, a empurrar o primeiro dominó. O caminho mais fácil é continuar a procurar o culpado.

O caminho de crescer no caos é o mais doloroso. Mas é o único que no final dele, pode até não haver uma luz, mas você poderá finalmente observar sua própria história, como fez o cego e ver, que aquilo tudo de ruim, pelo menos tem um sentido, um objetivo: você sobreviveu, fez sua história da melhor forma possível e glorificou a Deus, pois finalmente pôde entender o porquê. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário