quarta-feira, 10 de março de 2010

Quem que ser feliz pra sempre?

Não sei por que finais felizes me levam tanto a reflexão, por que um final feliz de filme, além de improvável, é tedioso. Eu quero é vida de verdade, dor, luta, distância, tempo... Acredito que tudo na vida tem um preço e um valor. E quando se trata de amor ou de sonhos, o preço é sempre menor que o valor. Então, por mais que o preço seja alto, a gente sempre acha que nosso sonho vale o preço. Por isso a luta, o tempo e essas coisas não importam.
Eu queria um filme que começasse no fim. Logo depois do ‘beijinho sem graça’ que o casal dá no final... Eu queria ver o segundo beijo, o terceiro, o último... A vida real começa quando o filme acaba: às vezes o filme acaba no sim no altar, às vezes numa conversa corriqueira e às vezes dizendo ‘tchau’ pra alguém parado na rodoviária... Mas sempre chega a hora da vida real. E ela é bem difícil. Ela não facilita pros nossos sonhos acontecerem, ela diz: você não tem autonomia, você ainda tem que trabalhar, você não tem dinheiro, você não tem o dom do teletransporte... Sabe, muitas vezes a vida se engana– e por mais que seja difícil pra mim admitir– finais felizes acontecem. (Apesar de que eu ter o dom de teletransporte nunca vai acontecer!) Os finais felizes da vida real se resumem nisso: você dando tudo si pra conquistar seus sonhos. Experimente não ser tão racional sempre, e diga: “E daí?!”
É muito mais fácil pra mim e pra você sermos plenamente racionais e pormos um ponto final em tudo que é aparentemente impossível, o desafio é fazer exatamente o contrário, por um ponto de interrogação e se perguntar: “É mesmo assim tão difícil meu final feliz?!” Racionalmente falando, há uns 300 anos atrás, era impossível imaginar a idéia de internet. E nós estamos aqui, não é?!
Finalmente descobri por que não gosto de finais felizes nos filmes: eles nos fazem acreditar que isso é coisa de filme e que eu deveria me sentir mal e mentir pra mim mesma dizendo que final feliz é coisa pra mulher burra, mas não é! Eu tenho só 18 anos e com minhas histórias daria pra criar, sei lá, uns 100 finais felizes!? Uns 100 tristes também, mas E DAÍ?! Memória seletiva! Guardo só os felizes.
E daí que agora você não tem dinheiro, não tem permissão, tem saudade, não tem tempo, ainda tem que esperar... Sonhos são árvores, não construções. Finais felizes podem ser anuais, mensais, diários. O meu final feliz é não ter mais o final. Viver a realidade, sentir a brisa, aquele vento forte e quente antes do temporal, boiar na cachoeira, olhando pro céu... Eu quero exatamente o momento que começa quando o “The End” some da tela.

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