domingo, 12 de junho de 2011

Umbigo Podre

Perguntaram para 20 pessoas do contexto pós-moderno o que é igreja para eles, no vídeo estão as respostas…



Está na hora de lembrarmos o que Deus sempre fez a respeito de nós e fazermos a respeito do outro ser humano a nossa volta… Deus sempre falou na linguagem e usou a linguagem do povo para se mostrar ao povo.
Porque continuamos a usar a linguagem de um século atrás para as pessoas deste século? Assim elas jamais conhecerão o Deus que se contextualizou tanto, a ponto de se fazer humano.
A Igreja deveria ser como Jesus apresentou. Não que ela não possa ter um prédio, ou uma doutrina definida, pois precisamos de referências e símbolos, isso é inevitável. Precisamos seguir o princípio básico que Jesus criou: adaptação. Suas palavras eram perfeitamente adaptadas a cada realidade. As palavras mudavam, a maneira, as figuras, o tom, o tratar, mas o discurso não mudava.
O discurso de Jesus era o mesmo discurso de Deus durante toda a história… Amor, perdão, graça, cuidado com o outro, pois este é o único jeito de amar a Deus.
Ao invés de nos preocuparmos em criar fórmulas de crescimento de igreja, de sucesso em pequenos grupos, em maneiras de restaurar, renovar, reformar esta igreja problemática e que não é mais vista da maneira que as pessoas viam Jesus, ao invés de fazer isto, devemos olhar para as pessoas que precisam conhecer o Cristo.
A atitude que pode realmente transformar a igreja e consequentemente o mundo todo é o abandono. É quando a igreja abandona-se a si mesma numa entrega completa à causa da redenção do homem que ela encontra sua unidade¹. Esta igreja não será vista como nossa igreja foi vista por estas pessoas, sedentas por serem aceitas pelo que elas são, pensando quem fará a diferença na vida delas.
Curioso que a identificação de quem é um verdadeiro discípulo de Jesus não tem haver com uma maneira diferente de falar, de vestir ou de se comportar. Não tem a ver com o que você é, tem haver com o que você faz, estando num templo de 200 anos, numa tenda neopentecostal de 10, ou num barzinho cheio de prostitutas… Nisto conhecerão todos que são meus discípulos: se tiveres amor uns aos outros².
Não importa onde você está, que doutrina você segue, que opinião você tem sobre o modo de culto, ou sobre a igreja. A partir do momento que você tem Jesus como SENHOR da sua vida, seu compromisso é ser como o mestre. E o mestre… Ah, Ele não se importava onde estava, com quem estava, se era moralmente aceitável falar com uma mulher de um povo não comungante com seu povo, se ficava ‘feio’ almoçar com um cobrador de impostos ladrão, se oferecer perdão a um homem que fez coisas tão hediondas a ponto de ser crucificado pode parecer injusto… Nada importa para Deus além do alvo de sua compaixão. Que sou eu. Que é você. Que é cada pessoa do mundo pelo qual Ele mesmo se entregou.
É de pessoas que realmente sejam seguidores de Jesus que a igreja instituição precisa. Você não precisa sair de onde você está, se não quiser. Só precisa VIVER como Jesus. Então as pessoas procurarão você, porque isso é fazer a diferença.
Ekklésia, recentemente numa aula de grego eu descobri, não quer dizer chamados para fora… o prefixo EK indica algo que é lançado, praticamente  involuntariamente para fora. Quando nós nos tivermos atitudes como as de Jesus com as pessoas, nós finalmente pararemos de olhar para nosso podre umbigo gospel e seremos lançados para fora, assim nos tornando a Igreja de Cristo.
¹Alves, Rubem: O Enigma da Religião
²Cristo, Jesus: João 13:35

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